Deputados alertam para risco de aumento de preços e desemprego.
Integrantes da bancada do agronegócio preveem que a atuação do Ministério Público Federal do Pará buscando promover o boicote da carne produzida por frigoríficos localizados em área de desmatamento na Amazônia pode gerar uma crise de abastecimento de carne e aumentar os preços do produto.
"Se hoje a arroba do gado está a R$ 80, no momento em que a Amazônia toda não puder produzir, vai a R$ 180", alertou o deputado Cezar Silvestri (PPS-PR), durante a audiência pública que a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural promoveu nesta terça-feira (16) para discutir a suspensão do Decreto 6.514/08, que impõe multa ao proprietário rural que deixar de registrar em cartório a reserva legal.
Três dos maiores varejistas do País - Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart - anunciaram semana passada a suspensão da compra de carne de onze frigoríficos paraenses da região Amazônica em áreas supostamente desmatadas. Procuradores da República do Pará ameaçavam processar os supermercados que comercializassem carne desses fornecedores.
O deputado Abelardo Lupion (DEM-PR) afirmou que o boicote aos frigoríficos vai ter consequências seriíssimas para a atividade econômica paraense. "O Ministério Público [Federal] do Pará está prestando um desserviço à nação com intenção de aparecer a nível nacional. Quem foi levar o progresso ao Pará e botou indústria naquele estado hoje está sendo punido", disse.
O relator da MP 458, que legalizou terras na Amazônia, deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA), também lamentou o boicote a frigoríficos de seu estado. "Mais uma vez [o Pará] é penalizado por erros do passado. Falta bom senso às autoridades ambientais para anistiar o que ocorreu em outra época. Se for para buscar a origem ilegal de produtos vamos ter que parar o Brasil inteiro, porque todo o Brasil foi desmatado", afirmou. Para o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) há um equívoco na caracterização do Brasil como desmatador. "O País há duzentos anos atrás tinha 8% das florestas mundiais, hoje tem 28%, porque o mundo inteiro desmatou."
Agência Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário