sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ações para evitar escalpelamentos

Participantes de audiência pública na Câmara cobraram nesta quinta-feira (18) mais integração entre os estados da Amazônia para combater a ocorrência do escalpelamento de mulheres que usam o transporte fluvial.

Esse acidente ocorre quando os cabelos se enroscam nos eixos de motores de barcos, resultando na perda total ou parcial do couro cabeludo.

No Amapá - que conta com pelo menos 200 mulheres escalpeladas só na capital Macapá - as ações de atenção à vítima incluem a qualificação profissional de mulheres, o acesso a microcrédito, a confecção de perucas e a concessão de auxílio-alimentação, entre outros benefícios.

A secretária de Políticas para as Mulheres do estado do Amapá, Ester de Paula, no entanto, reclamou que de nada adianta seu estado implantar ações se elas não forem seguidas pelo estado vizinho, o Pará.

"É preciso pensar a região Norte. Falta o Pará se integrar. A gente se frustra, porque há uma campanha ferrenha no Amapá. Mas, se o escalpelamento acontece no Pará, a vítima acaba sendo atendida no Amapá", disse Ester.

O representante da ONG Sarapó (PA) na reunião, o médico Cláudio Brito, reclamou da ausência de representantes do governo do Pará na reunião. Esse estado tem mais de 216 casos de escalpelamento, sendo que 56 foram oficialmente identificados pela Defensoria Geral da União.


O comandante do 4º Distrito Naval, almirante Eduardo Monteiro Lopes, também afirmou que a Marinha já atua contra o escalpelamento há dez anos e, em Breves (PA), fez parcerias com entidades privadas para cobrir o eixo de motores de barcos, medida que evita o escalpelamento.

Ele não soube, no entanto, informar quantos barcos oferecem risco para a população nem quantos tiveram seus eixos cobertos, em razão da falta de dados sobre as embarcações.

Em agosto, a Marinha deve iniciar uma fase de repressão e apreensão de barcos com eixo descoberto. "Eu vou criar um problema quando apreender o barco, que é o principal meio de transporte, mas é o único jeito", disse o almirante.

Agência Câmara

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