sábado, 18 de abril de 2009

Governo ignora Saúde da Família




por Nélio Aguiar (*)

A ESF (Estratégia Saúde da Família) é desenvolvida em 94,1% dos municípios como a principal política do Ministério da Saúde, para a reorientação do Sistema Único de Saúde a partir da atenção básica.

Essas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde desta comunidade.

No município de Santarém, em dezembro de 2004 existiam 22 equipes cadastradas. Atualmente, após 4 anos de governo, segundo relatório do Ministério da Saúde, temos 27 equipes cadastradas, um aumento de apenas 5 equipes nos últimos 4 anos, o que representa uma cobertura de menos de 30 % da população.

O nosso teto é de 131 equipes, ou seja, temos autorização para cadastrar mais 104 equipes. Para levarmos a Estratégia Saúde da Família a 100% da população, estamos hoje bem distante de atingir essa meta.

O governo municipal precisa olhar para este programa com mais atenção e com mais carinho. A ampliação do número de equipes se faz necessário e tem que ser priorizada. Temos vários bairros, como por exemplo Santo André, onde não tem posto de saúde e nem equipe do Saúde da Família.

Lá, a população sofre por falta de atendimento médico, pois quando vão ao centro de saúde do bairro do Diamantino lhe dizem que não podem ser atendidas pois são de outro bairro. Por isso, reivindicam, e com toda a razão, que sejam contempladas pelo programa, uma vez que já foi aprovado na Conferência de Saúde e no Conselho Municipal de Saúde.

O teto de ACS’s (agentes comunitários de saúde) é de 884. Temos 476 credenciados, levando a uma sobrecarga de trabalho para alguns agentes que estão com mais de 150 famílias para visitar.

Investir na Atenção Básica significa investir na promoção a saúde. Temos que inverter essa lógica do modelo hospitalocêntrico existente no município, onde os investimentos e as ações de saúde estão centrados na doença e no hospital, passando a promover atendimento integral e continuo a todos os membros da família a partir do seu ambiente físico e social.

A atenção básica não pode deixar de ser uma prioridade, precisamos inverter essa lógica. Por isso, deefendo a ampliação do número de equipes. O programa precisa avançar e suas ações serem fortalecidas. Precisamos aumentar a nossa cobertura e promovermos saúde para mais famílias.

Temos que melhorar a qualidade de vida do nosso povo, só que não há qualidade de vida sem saúde.

Para se ter uma idéia, a Semsa paga para médicos vindo de Belém salários de 21 mil reais, para passarem de 3 a 4 dias atendendo no Hospital Municipal, enquanto que para atender no posto de saúde paga-se para o médico de 1.500 a 3.000 reais e cerca de 1.200 reais para o enfermeiro.

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* Santareno, é médico e atual presidente interino da Câmara Municipal de Santarém. Filiado ao PMN.

Fonte: Blog do Jeso

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