sábado, 17 de outubro de 2009

Especialistas recomendam nova matriz energética para o País Representantes

Representantes do governo e da iniciativa privada afirmam que a diversificação da matriz energética evitará o esgotamento do potencial hidrelétrico do País até 2045

O aumento da demanda e o esgotamento do potencial hidrelétrico do País foram apontados como as duas principais razões para a implantação de uma política de diversificação das fontes de energia, com investimentos principalmente em energia eólica. O secretário-executivo adjunto do Ministério das Minas e Energia, Francisco Romário Wojcicki, afirmou que o potencial hidrelétrico do País, da ordem de 260 gigawatts, deverá estar esgotado entre 2030 e 2045.

Já o engenheiro da Eletrobrás Márcio Antonio Guedes Drummond apresentou estudo, segundo o qual, até 2017, o País precisará gerar, em média, 26 mil novos megawatts de energia. "Não é possível atender todo esse crescimento com apenas uma fonte ou duas", argumentou.

Energia sustentável
Atualmente, 45% da matriz energética brasileira é sustentável, enquanto no mundo esse índice não chega a 13%. Do total da energia consumida no País, mais de 80% provêm de hidrelétricas, 5,3% de biomassa e apenas 0,1% dos ventos.

Em relação a energia eólica, a produção atual do Brasil é de 550 megawatts. Embora ainda seja uma participação pequena, prevê que, entre 2007 e 2010, o País terá multiplicado por seis a capacidade instalada de geração de energia por meio do vento.

O presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeólica), Lauro Fiúza, afirmou que o novo mapa eólico do País, em elaboração, mostra uma capacidade de geração superior a 300 mil megawatts. "Isso equivale a 20 usinas de Itaipu", comparou.

Outra vantagem brasileira, segundo ele, é a complementaridade possível entre as fontes hidráulica e eólica. Fiúza explicou que, enquanto as chuvas são mais fortes no primeiro semestre e perdem impacto no segundo, com os ventos ocorre o contrário – eles são mais fracos na primeira metade do ano e mais vigorosos na segunda.

Essa avaliação do caráter complementar entre as energias eólica e hidrelétrica é compartilhado pelo engenheiro marcos Antonio Drummond. Ele cita estudos que mostram que, com a substituição das usinas térmicas do Nordeste por eólicas, é possível aumentar não apenas o nível dos reservatórios na seca como reduzir os custos de operação e melhorar a interligação do sistema.

Um dos obstáculos à geração eólica apontados por especialistas é o custo de produção. Para solucionar o problema, eles sugerem redução da carga tributária e aumento da geração. Como essa fonte não necessita de combustível, o preço da energia depende apenas do custo de instalação das estações geradoras.

Com informações da Agência Câmara

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